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Antes de iniciar a leitura, recomendadmos fortemente que você confira a primeira parte do nosso artigo para se aprofundar ainda mais.

Entendendo o dilema das plataformas digitais: o ovo e a galinha

Uma característica padrão do modelo, é que as plataformas digitais funcionam através de two-sided network, ou seja, conectando através de uma rede dois ou mais grupos distintos de usuários, geralmente produtores e consumidores.

Pela ótica otimista, esse é um dos conceitos chaves e é o que faz o modelo escalar e criar tanto valor ao mercado mas o que muita gente esquece é que o maior desafio de uma plataforma é criar a sua rede.

Pensem no IFood, por exemplo, o que seria dele sem os restaurantes? Ou, o que seria dele sem os consumidores finais? Como também, o Youtube, o que seria dele sem os Youtubers produzindo conteúdos, ou, o que seria do Youtube sem os usuários que visualizam e interagem com os vídeos?

A resposta provável seria nada, pois ambos não entregariam valor!

Lembrem-se que o valor de uma plataforma está em sua rede e na interação promovida por ela.

Logo,plataformas digitais bem sucedidas precisam dos dois lados da rede construídos.

Dado esse cenário, você deve estar se perguntando, por qual lado da rede eu começo:produtores ou consumidores?

Para solucionar esse dilema, existem estratégias interessantes que podem te ajudar.

Por isso,fiz uma lista das principais estratégias, e uma análise dos seus respectivos prós e contras para que você escolha a melhor para o seu contexto.

1. The follow-the-rabbit strategy

Crie um negócio que atraia uma grande audiência de usuários e depois transforme em plataforma. (A Magazine Luiza e a Amazon, por exemplo, começaram como um negócio tradicional e depois se transformaram em plataformas digitais, abrindo seus ecossistemas para sellers externos.)

Indo para o mercado SaaS (Software as a service), podemos ver o case da Salesforce, que nasceu como um produto de CRM, e conquistou uma grande base de clientes.

Depois desse sucesso, migrou para o modelo de plataforma, possibilitando que diversas aplicações fossem criadas por terceiros conectadas ao seu produto, e hoje 60%da sua receita vem do seu modelo de APIs e plataformas digitais.

Prós

Maturidade: Você precisa já ter dado certo em um modelo tradicional,por isso, ao lançar a plataforma, você terá maturidade e insumos suficientes para fazer a sua plataforma ter sucesso.

Eficiência de capital: Como você já criou a sua audiência,o seu custo de aquisição tende a ser menor.

Contras

Timing: O tempo de fazer um modelo tradicional dar certo pode ser longo, e talvez possa nunca acontecer.

O caso do WhatsApp, por exemplo, que nasceu como produto de conversação e tentou inúmeras vezes tornar-se uma plataforma, mas não conseguiram até hoje, e um dos motivos foi que eles perderam o timing do mercado. Por outro lado, o WeChat na China nasceu como plataforma e hoje tem mais de 10 milhões de apps no seu ecossistema. Os Chineses usam o WeChat para tudo no dia a dia, desde pagamentos, agendamento médico, divórcios, e muito mais.

2. The piggy-back strategy

Conecte-se a uma base de usuários de uma grande plataforma existente, por exemplo, no início o PayPal utilizou o ebay como plataforma, e com isso criou sua base de clientes rapidamente. Outro caso similar foi o do Airbnb, antes de criar sua própria plataforma, eles publicavam as disponibilidades de quartos no Craiglist.

Prós

Velocidade na construção de rede: Se você conseguir ser efetivo na parceria com uma plataforma existente, você terá uma construção de rede em uma velocidade impressionante.

Contras

Dependência e dificuldade de migração: Você corre o risco de não conseguir migrar essa rede construída para a sua futura plataforma.

Gostou das dicas? Mergulhe em nossos outros conteúdos sobre integrações e continue aprendendo sobre o tema!

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