Para entender o que é algoritmo, vamos ao entendimento sobre tecnologia. Cada vez mais digitalizadas, as operações das empresas geram uma quantidade gigantesca de dados que podem e devem ser utilizados para o crescimento dos negócios.
Nesse cenário, o algoritmo surge como um grande aliado para viabilizar coleta, filtragem, análise e interpretação desses dados, a fim de convertê-los em informações valiosas.
Isso porque lidar com o grande volume de dados gerados a cada segundo não é tarefa das mais fáceis, o que faz com que muitas informações, que poderiam ser usadas de forma estratégica, acabem se perdendo. Quer entender com o algoritmo pode solucionar esse problema? Neste post, vamos abordar o que é, como funciona e quais são as aplicações desse recurso. Confira!
O que é um algoritmo e para que serve?
Para entender o que é algoritmo, comece sabendo que, originalmente, ele é definido como um conjunto de instruções, raciocínios ou operações que são aplicados com um determinado objetivo — que costuma ser o de solucionar um determinado problema.
Para que isso seja possível, esse grupo de instruções deve ser finito, além de operar de modo sistemático. Na prática, isso significa desenvolver passos esquemáticos que permitam a execução de uma tarefa.
Sua aplicação está relacionada aos conceitos de Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), redes sociais, aprendizagem de máquina e comportamento dos consumidores.
Na área matemática, o uso dos algoritmos ocorre como uma alternativa para a realização de cálculos, Contudo, em se tratando do setor de Tecnologia da Informação (TI), o algoritmo tecnológico tem a função de executar ações de forma automatizada, a partir do recebimento de valores de entrada e da produção de valores de saída.
Como os algoritmos funcionam?
Agora que você já está por dentro do que é um algoritmo, é hora de descobrir como se dá o seu funcionamento. Geralmente, o processo de criação de um algoritmo se baseia no resultado que se almeja obter, ou seja, no seu objetivo final.
Partindo desse princípio, a sequência de operações aplicadas em um algoritmo vai se tornando cada vez mais complexa conforme a variedade de cenários para o qual ele é programado para funcionar aumenta. Isso é feito por meio de uma estrutura, composta pelos seguintes elementos:
- variáveis: são recursos básicos da programação, que possibilitam o armazenamento de informações. Contudo, eles existem em diferentes tipos, que podem ser definidos pelo programador, de acordo com o tipo de informação que se pretende armazenar;
- comandos de repetição: consistem em operadores lógicos que cumprem o papel de determinar de que forma as entradas (inputs) devem ser reconhecidas e processadas pelo sistema, e o que deve ser feito se elas forem alteradas, para que culminem no resultado objetivado.
Certamente, você já viu uma situação em que estava utilizando o seu computador e de repente o sistema dele travou. Isso quer dizer que esse sistema não estava devidamente programado para acessar e lidar com um cenário diferente do convencional.
Quais são as características indispensáveis para o funcionamento de um algoritmo?
Para se aprofundar no que é um algoritmo, é preciso compreender quais são as características essenciais para o seu funcionamento. Como mencionamos, ele segue uma lógica sistemática, logo, se um dos seus elementos não forem adicionados, não será possível chegar à solução do problema desejada.
De forma direta, os códigos programados são lidos linha por linha, interpretando cada elemento até que a série de instruções concluam o seu objetivo final. Mas, é importante ressaltar que não são todas as instruções escritas que atuam como um algoritmo.
Sendo assim, para que um conjunto de regras seja considerado um algoritmo, deve estar de acordo com as seguintes características:
- ser claro e inequívoco: todas as suas instruções devem ser extremamente claras, o que significa que devem proporcionar uma única interpretação;
- apresentar entradas bem definidas: todos os dados de entrada devem ser definidos com transparência para o que objetivo do código seja executado;
- apresentar saídas bem alinhadas: todos os dados de saída devem ser bem definidos para evitar erros;
- ser finiteness: o algoritmo deve, necessariamente, ser finito, logo não pode ter sequências operacionais permanentes;
- se executável: a estrutura do algoritmo deve ser genérica, prática e simples, podendo ser executada sem erros de acordo com os seus recursos;
- ser independente à linguagem: por ser uma sequência de instruções, o algoritmo deve ser independente, possibilitando a implementação de outras linguagens sem que isso altere sua saída e resultado final.
Quais são as aplicações dos algoritmos?
Os algoritmos podem ser aplicados em diferentes áreas, para diversas funções. Contudo, sua aplicação mais relevante nos tempos atuais é no setor de Tecnologia da Informação, permitindo a construção de qualquer sistema de computação, softwares de automação, aplicativos e redes sociais.
Em uma plataforma de streaming, por exemplo, é possível combinar Inteligência Artificial e Machine Learning (aprendizado de máquina) para criar algoritmos que ofereçam conteúdos personalizados aos seus usuários.
Recentemente, algoritmos e lógica de programação também estão sendo aplicados em áreas mais tradicionais, a fim de trazer inovação.
Nesse sentido, podemos citar os softwares desenvolvidos para o mercado financeiro que contam com algoritmos que ajudam a prever alterações imediatas no valor das ações e efetuar operações de compra e venda com maior agilidade.
Desse modo, enquanto os corretores humanos, que trabalham de forma mais dinâmica, conseguem adquirir meia dúzia de ações no período da manhã e vendê-las em uma quantidade razoável durante à tarde, os softwares podem negociar centenas de ações em questão de segundos.
Isso é possível porque os algoritmos identificam padrões que costumam se repetir no mercado financeiro, além de reconhecer as altas e baixas das ações disponíveis na bolsa de valores.
E não para por aí, os algoritmos estão ganhando espaço na medicina, sendo úteis para realizar a análise de radiografias, tomografias e ressonância magnética.
Nessa circunstância, a máquina com sistema inteligente atua na comparação do exame atual com aqueles que foram feitos anteriormente, com a finalidade de identificar eventuais mudanças no padrão da imagem.
A análise de uma tomografia por meios manuais pode levar horas, mas, com o auxílio dos algoritmos, isso pode ser feito em poucos minutos. A tendência é que no futuro sejam desenvolvidos algoritmos que tenham a capacidade de analisar sintomas e, a partir daí, sugerir diagnósticos precisos.
Quais são os principais exemplos de algoritmo?
Os algoritmos estão ajudando as empresas a fortalecerem as suas estratégias digitais, uma vez que possibilitam o desenvolvimento de serviços mais eficientes, que melhoram a experiência dos seus usuários. Veja, a seguir, os principais exemplos de como o algoritmo pode ser aplicado.
Quando falamos em algoritmo, não podemos deixar de mencionar o Google, que é um dos mais conhecidos e celebrados da atualidade. Tudo começou em 1998, com o PageRank, cuja finalidade era fazer o rastreio e apresentação dos resultados de pesquisa mais relevantes para cada usuário.
Esse exemplo de algoritmo determinava a importância de um site de acordo com o número de sites que estivessem vinculados a ele. Porém, isso fazia com que os resultados exibidos fossem facilmente burlados, o que deu origem ao black hat — prática inadequada que visa ‘’enganar’’ o PageRank.
Ao perceber isso, o Google modificou o seu algoritmo, integrando a ele centenas de variáveis para o ranqueamento das páginas. Agora, ele se baseia no aparelho usado, preferência do usuário, sua localização e qualidade do conteúdo.
O Facebook é conhecido por ser a primeira rede social a adotar o algoritmo para categorizar posts e implementar critérios responsáveis por definir o que deve ou não ser exibido no feed de notícias de cada usuário.
Com isso, tornou-se possível mostrar os conteúdos que sejam relevantes para os usuários, conforme as suas preferências, comportamento e engajamento.
O grande volume de usuários e excesso de publicações da plataforma colabora para que os usuários tenham dificuldade de acompanhar todos os posts feitos pelos seus amigos e demais páginas. Levando isso em consideração, o Facebook adotou os seguintes critérios:
- postagens que devem ser mostradas;
- nível de proximidade/interação entre os usuários;
- interação de outros amigos com a publicação;
- potencial de engajamento do usuário com a publicação de acordo com o seu comportamento na rede.
Esse conjunto de regras contribui para aumentar a relevância e o engajamento dos usuários com a rede social, já que passam a ter uma experiência mais agradável, consumindo os conteúdos que realmente são do seu interesse.
Inicialmente, o algoritmo do Instagram funcionava a partir de uma lógica cronológica, o que quer dizer que exibia as postagens das mais recentes para as mais antigas.
Ao longo de sua popularização, a plataforma foi se modernizando e, desde 2016, utiliza os seguintes critérios para a exibição do feed dos usuários:
- temporalidade: embora não seja mais o único critério, continua sendo considerado para definir o feed;
- engajamento: determina o número de curtidas e comentários recebidos logo após a publicação torna o conteúdo mais relevante;
- relacionamento: considera o nível de interação e proximidade dos usuários, o que compreende engajamento e mensagens trocadas por direct.
Portanto, podemos observar que os algoritmos utilizados nas redes sociais estão ficando cada vez mais complexos, com a inclusão de variáveis que geram respostas mais eficientes.
Spotify
Presente no dia a dia de mais de 40 milhões de usuários ao redor do mundo streaming de música gera toda semana uma playlist chamada de ‘’descobertas da semana’’, que é composta por músicas que estão de acordo com a preferência da pessoa.
Algumas das músicas nunca foram ouvidas, mas o algoritmo da plataforma entende que o usuário pode gostar de ouvi-las.
A proposta do algoritmo é proporcionar experiências novas, mas, para isso, coleta e processa os dados que já foram fornecidos pelos usuários. Alguns dos critérios empregados no aplicativo são:
- perfil musical do usuário: gêneros e artistas ouvidos recentemente;
- combinações de playlist: tipos de músicas e grupos musicais combinados pelo usuário em sua playlist.
O Spotify atualiza os seus algoritmos com frequência, tendo como suporte a tecnologia de Machine Learning, que ajuda a aprimorar as sugestões de playlists. Inclusive, o sistema tem a habilidade de verificar se uma música é triste ou feliz para fazer recomendações ideais ao momento do usuário.
Quais são os benefícios dos algoritmos?
Não é à toa que os algoritmos estão revolucionando o mundo dos negócios, pois trazem um nível de precisão que não é possível alcançar por meio de análises e processamento de dados manuais. Entenda, abaixo, quais são os benefícios proporcionados por essa tecnologia.
Filtram conteúdos
Quando aplicado em plataformas digitais, o algoritmo funciona como um mediador de conteúdo, sendo capaz de decidir quais conteúdos o usuário vai ver. Para tanto, os dados são coletados de forma contínua.
Isso pode ser visto como uma possibilidade de criar conexões entre marcas e pessoas, tornando-as mais engajadas com os seus produtos ou serviços.
Afinal, quanto mais relevante é um conteúdo publicado por uma empresa, maiores são as suas chances de ser visualizado por um grande volume de potenciais consumidores.
Promovem a automação de processos
A manutenção de funcionários específicos para a execução de uma tarefa sai mais cara para as empresas, além de a operação ficar sujeita a erros humanos.
Com o aprendizado de máquina, por exemplo, pode-se interpretar as entradas de dados e calcular as saídas (objetivos de uma tarefa), automatizando os processos, de forma muito mais eficiente.
Fazem previsão de tendências
Antecipar-se às tendências é fundamental para que seus processos se mantenham inovadores.
O algoritmo e a estrutura de dados pode prever tendências de comportamento dos usuários dentro dos seus sistemas e, a partir daí, gerar insights que contribuam desde com o aprimoramento dos seus serviços até o desenvolvimento de novos produtos.
Possibilitam o desenvolvimento tecnológico
Nos últimos anos, os algoritmos foram responsáveis pelas principais inovações tecnológicas do mercado. Afinal, a maioria dos aparelhos e plataformas digitais que utilizamos em nosso dia a dia são baseados em um sistema de algoritmo.
ajudam a oferecer produtos inovadores e cada vez mais personalizados aos consumidores.
A adoção do algoritmo na área de Tecnologia da Informação é capaz de impulsionar os seus resultados. O recurso facilita a construção de sistemas muito mais precisos, que eliminam processos manuais e burocráticos.
Sem falar que os dados gerados por ele também permitem uma tomada de decisão mais embasada e acertada.
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