Por meio do open insurance, seguros e aposentadorias, por exemplo, podem ser ofertados de modo mais personalizado. Existem muitas soluções do tipo open no mercado, e elas promovem integração e interoperabilidade entre sistemas — inclusive aqueles que são concorrenciais.
Trata-se de uma entre muitas inovações que afetam a vida financeira das pessoas. Outro exemplo de inovação nesse sentido seria o Pix, que revolucionou as transações monetárias.
Ao longo do texto, você entenderá melhor o que o termo open insurance significa e como o modelo funciona. Vai descobrir, ainda, quais são seus pilares, o impacto para pessoas e empresas e os desafios a ser superados. Então continue a leitura!
O que é open insurance e para que serve?
Traduzido como “seguro aberto”, o open insurance é um meio de compartilhamento de informações referentes a usuários entre seguradoras, previdências e capitalizações. Vale destacar que esse fluxo de dados ocorre somente em instituições credenciadas pelo SUSEP (Superintendência de Previdência Privada).
Assim como o Pix e o open banking, o open insurance é algo desenvolvido pelo Banco Central do Brasil. O objetivo de promover essa inovação é trazer aos clientes mais opções alinhadas ao seu perfil, em paralelo com uma concorrência maior entre os players dos setores citados.
Pilares do open insurance
Os três pilares do open insurance são:
- open innovation;
- novos modelos de negócio;
- experiência digital.
A expressão open innovation diz respeito à ideia de disponibilizar serviços e dados padronizados de forma integrada, visando a concepção de soluções inovadoras para a previdência privada e seguradoras.
O segundo pilar tem a ver com a melhoria contínua dos serviços ofertados aos clientes, viabilizando modelos de negócios cada vez mais alinhados ao perfil e às expectativas dos usuários.
Por fim, o terceiro pilar consiste em uma transformação digital massiva, pelo uso de Inteligência Artificial e Big Data. Em outras palavras, grandes volumes de dados são processados por algoritmos inteligentes e capazes de oferecer ao público produtos e serviços com alto grau de personalização.
Como funciona esse modelo?
Em primeiro lugar, o open insurance foi feito para estar em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Em outras palavras, ele busca evitar a exposição indevida dos dados dos clientes de serviços como seguros e aposentadoria privada. O Banco Central entende que esse tipo de solução só pode entrar em vigor se houver pouco ou nenhum risco de esses dados caírem em mãos erradas.
No open insurance, os sistemas são integrados por meio das APIs. Estas, uma vez que são abertas, permitem o compartilhamento de dados entre as instituições — inclusive as que competem entre si por clientes. Na prática, se uma aplicação é feita na linguagem de programação X, ela não vai deixar de enviar e receber dados de um programa desenvolvido na linguagem Y.
Hoje, felizmente, existem a computação em nuvem e a criação de protocolos que permitem esse intercâmbio de informações entre os sistemas. Mais do que a integração, o open insurance visa a interoperabilidade: um conceito ainda mais amplo e muito importante na personalização de produtos e serviços aos clientes. Ela é, basicamente, a capacidade que um sistema tem de estabelecer uma comunicação clara com outro sistema.
Todo esse compartilhamento de dados ocorre mediante a vontade dos usuários. Para não transgredir a LGPD, as instituições participantes do open insurance devem operar somente com o consentimento expresso dos seus clientes.
Conforme a própria lei de dados diz, todos os registros devem passar por um ciclo bem definido, que envolve:
- coleta;
- tratamento;
- armazenamento;
- e exclusão.
Além disso, as instituições devem permitir alternativas como a portabilidade dos dados, caso os clientes assim desejem.
Interoperabilidade com o open finance
O open finance é um sistema amplo, que visa aumentar a disponibilidade de ofertas aos usuários de produtos financeiros. Na prática, o que ocorre é uma interoperabilidade entre instituições de pagamentos e bancárias, sendo também desenvolvida pelo Banco Central.
Vale salientar que é essa instituição que faz a coordenação e fiscalização do open finance. De toda forma, o usuário tem total controle sobre os seus dados, de modo a ser atendido sempre que solicitar alteração ou portabilidade, por exemplo. Em relação ao open insurance, a ideia é promover a interoperabilidade entre os dois, beneficiando ainda mais os clientes.
Quais os impactos do open insurance?
Considerando a perspectiva de uma empresa de seguros ou previdência privada, pode ser que ela não veja com bons olhos o open insurance. Contudo, por mais que isso signifique disponibilizar dados para possíveis concorrentes, ela tende a se beneficiar pelo fato de os clientes terem acesso a melhores produtos e serviços.
Nesse contexto, fica mais fácil combater fraudes. Isso porque a adequação à LGPD implica a implementação de políticas de proteção de dados.
Dito isso, um dos grandes impactos desse modelo é a digitalização do mercado de seguros e previdência privada. Hoje, os clientes querem o máximo de comodidade e o mínimo de burocracia na hora de acessar esses serviços.
Uma das formas de reduzir a burocracia é a assinatura eletrônica. Na prática, esse tipo de solução é bastante acessível, de modo a ser usada em computadores e dispositivos móveis conectados à internet.
elizmente, não estamos mais no tempo em que predominava o uso de papel e caneta na formalização de contratos entre clientes e instituições.
Também é fato que o open insurance pode diminuir o preço das apólices do lado dos segurados. Ainda que isso pareça ruim para o outro lado, essa pode ser uma excelente oportunidade de expandir a carteira de clientes, o que trará mais lucro a médio e longo prazo.
Quais os desafios que o modelo precisa superar?
Apesar de ter muitos impactos positivos, assim como qualquer inovação, o open insurance tem desafios a ser superados. Um dos maiores é justamente a questão da segurança e privacidade dos dados dos usuários, aspectos aos quais as empresas precisam ter muita atenção.
Existem regulações governamentais que devem ser seguidas à risca, como a LGPD, o que exige conhecimento a respeito das normas e uma boa supervisão. Também é necessário o uso de soluções cada vez mais modernas na hora de validar a identidade dos usuários.
É possível afirmar que os benefícios do open insurance compensam os desafios que essa inovação traz. Com destaque para interoperabilidade entre instituições de previdência privada, seguros e capitalização, a ideia é personalizar os produtos e serviços ofertados ao público. Com isso, aumenta-se a possibilidade de fechar parcerias e, assim, encorpar cada vez mais o caixa desses negócios.
Achou este conteúdo útil? Aproveite a visita e confira um guia completo sobre Data API!